ARTIGOS DIVERSOS
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ARTIGOS DIVERSOS SOBRE DEPENDÊNCIA QUÍMICA
COMO IDENTIFICAR SE A PESSOA É OU NÃO DEPENDENTE QUÍMICA
CID é a abreviação das palavras Classificação Internacional de Doenças foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1893. A CID – 10 é o critério diagnóstico adotado no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e tem por objetivo listar e classificar os transtornos mentais. Para os profissionais que atuam na área da saúde e mais especificamente na saúde mental o uso da CID -10 é de suma importância. Pois possibilita e facilita a comunicação por meio de uma linguagem comum entre os médicos, psiquiatras, psicólogos e terapeutas.
A CID – 10 constitui-se na principal ferramenta para aumentar a precisão diagnóstica e definir o tratamento mais adequado para cada caso da dependência química e suas variantes e estão classificadas do F19.0 ao F19.9.
CRITÉRIOS DA CID-10 PARA DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS
O diagnóstico de dependência deve ser feito se três ou mais dos seguintes critérios são experienciados ou manifestados durante os últimos 12 meses:
1. Um desejo forte ou senso de compulsão para consumir a substância.
2. Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de início, término ou níveis de consumo.
3. Estado de abstinência fisiológica, quando o uso da substância cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência característica para a substância, ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.
4. Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas
5. Abandono progressivo de prazeres alternativos em favor do uso da substância psicoativa: aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou tomar a substância ou recuperar-se de seus efeitos
6. Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de consumo excessivo.
Obs. Esse artigo de forma alguma substitui a consulta ou orientação com um profissional capacitado.
Por que meu filho está usando drogas?
Segundo diversas pesquisas ao longo dos anos, classificamos alguns indicativos mais comuns que leva um indivíduo a usar drogas.
1. Histórico familiar de abuso de substâncias: a genética é responsável por aproximadamente 60% do risco de dependência de uma pessoa.
2. Ambiente: Quanto mais álcool e drogas forem aceitos e “normais” dentro da família, da vizinhança e da cultura, maior a probabilidade de alguém usá-los.
3. Pressão dos colegas: as pessoas tendem a modelar seus comportamentos de acordo com os de seus amigos. Somos a soma das pessoas com quem mais nos relacionamos.
4. Aceitação: O Ser humano tem necessidades básicas segundo a psicologia. Podemos listar 3 mais comuns: se sentir amado – ser ouvido e se sentir aceito, de pertencer a um grupo.
5. Trauma: Experiências negativas que são emocionais ou fisicamente dolorosas. 70% das pessoas em reabilitação tinham histórico de trauma.
6. Distúrbio mental: pessoas que lutam contra ansiedade, depressão, transtorno bipolar, distúrbios alimentares e outros distúrbios emocionais correm um risco muito maior de uso problemático de substâncias.
7. Eventos adversos na Infância: como abuso infantil, violência doméstica, desastres naturais, intimidação, divórcio dos pais, morte na família etc. antes da idade adulta. As pesquisas apontam que cada um desses incidentes QUADRUPLICA o risco de uso de substâncias.
8. Dor crônica: em comparação com alguém sem dor, uma pessoa com dor crônica tem 41% mais chances de se tornar viciada em analgésicos opioides.
9. Trauma sexual: 80% dos sobreviventes de abuso sexual recorrem ao álcool ou às drogas.
10. Estresse: pesquisadores acreditam que o vício como um distúrbio é “sensível ao estresse” ou “relacionado ao estresse”.
11. Curiosidade: Muitos jovens ingressam no caminho das drogas por verem e ouvirem falar sobre os efeitos que elas causam e então por curiosidade decidem experimentar.
12. Rejeição dos pais. Muitos jovens por se sentirem órfãos de pais vivos, e abandonados e rejeitados por eles, abrigam um sentimento de orfandade e revolta, e acabam fugando para as drogas como meio de alivio dessa dor a qual não sabe como lidar com ela.
O que é o Carrossel da Dependência Química?
No Carrossel da Dependência Química temos: no centro, o dependente químico agindo e ao redor os codependentes estão reagindo, todos estão vivendo em função do dependente.
O dependente se droga, perde o controle e os outros reagem a sua drogadição e as suas consequências, o dependente responde as essas reações e se droga novamente, estabelecendo o carrossel da dependência química.
Quem é o codependente? é o familiar, o colega de trabalho, o chefe, o amigo, é o vizinho, e todos procuram remover as consequências dolorosas do abuso de drogas do dependente, para e pelo dependente, com a intenção de minimizar ou de esconder o ocorrido, facilitando a vida do dependente químico.
O codependente é todo aquele que está ligado emocionalmente e oferece seus sentimentos e sua vida para proteger “seu” dependente, visando impedir que comportamentos antissociais se tornem transparentes, é um codependente.
E o codependente que age assim, escondendo os fatos que se constituem numa vergonha para todos por total desinformação, imagina que está ajudando na realidade, com esse comportamento está ajudando a que possíveis pedidos de tratamentos e/ou internação sejam adiados.
Os codependentes precisam ter coragem de colocar limites, fazendo parar de girar o Carrossel e de desligar-se emocionalmente do dependente, e sentindo seus próprios sentimentos e vivendo suas próprias vidas. Como os co-dependentes conseguirão entrar em recuperação? Informando-se, fazendo psicoterapia, e sobretudo frequentando as salas dos grupos de mútua ajuda, exemplo: o AL-ANON, NAR-ANON, AMOR EXIGENTE.
Máscaras e Papéis
→ O Coitado: A marca registrada do coitado é a auto-piedade, manipula através do sentimento de dó (compaixão) do outro. O objetivo na verdade é esconder a sua grandiosidade.
→ O Ajudante: Sempre disposto e prestativo, usa falsa vontade para obter e conquistar simpatia temporária, e assim atingir seu objetivo final. Por traz de seu comportamento geralmente existe um pedido ou exigência. Pede aprovação, mas não tem aceitação.
→ O Líder: Extremamente capaz, inteligente, sagaz, busca sempre estar presente em situações onde “compra a briga” dos outros. Na verdade, faz isso para angariar “discípulos”, pessoas que mais tarde possam lhe servir de alguma coisa. Pode também esconder na verdade, medo profundo de ficar sozinho.
→ O Bonzinho: Demonstra ter valores morais elevados, ser caridoso e preocupado com as pessoas. O objetivo é obter vantagens pessoais através de manipulações.
→ O Palhaço: Aparenta bom humor, entretém as pessoas com suas brincadeiras, piadas, etc.. O objetivo é esconder o caos de sua vida, evitando assim entrar em contato com suas perdas, além de buscar aprovação do grupo, família, etc..
→ O Sedutor: Gentil, educado, altivo, sempre em postura de superioridade, envolvente. O objetivo é facilitar suas intenções através do assédio.
→ Para conseguir identificar e se despir destas máscaras é necessário um profundo autoconhecimento e ajuda dos outros.
Seja a melhor versão de si mesmo.
“É necessário derrubar todas as minhas máscaras para ser eu mesmo”
Jogo dos Papéis e Máscaras
A estrutura da personalidade humana foi dividida por Freud em 3 subsistemas:
ID – Instintos Básicos, responsáveis pela subsistência e satisfação das necessidades primarias de cada pessoa (sede, fome, reações ao medo, perigo e desconforto)
SUPEREGO – Valores adquiridos, seja pela educação familiar, escola, televisão ou pelas próprias experiências. (é preciso ser forte, não leve desaforos para casa, mãe nunca abandona seu filho, drogas aliviam a dor, etc.)
EGO – É a somatória e equilíbrio entre o ID e o SUPEREGO. Determina a forma como conduzimos nossas relações com os outros e nós mesmos. (o que somos e a forma que agimos dentro de casa, na rua ou no trabalho)
1. No dependente químico, imaturo e frágil, prevalece a satisfação das suas vontades. Prevalece o ID.
2. Por ser a doença da negação, perde o contato com sua realidade (dor demais para suportar) e para sobreviver cria fantasias a respeito de si e do mundo à sua volta. (paro quando quiser, uso drogas por causa dos meus pais, a situação política do país me impede de arrumar trabalho... etc.). Seus principais mecanismos de defesa são a própria negação, racionalização, projeção, minimização, intelectualização e hostilidade.
3. Não consegue alcançar seus objetivos, pois mesmo que perceba que há algo errado não sabe bem o que é, e assim não sabe como ou o que fazer para mudar. Por estar isolado em suas fantasias, nega ajuda externa acreditando que queiram seu mal ao invés de ajudá-lo, ou julgando ser auto-suficiente para resolver seus problemas.
4. Apesar de ter grande habilidade em criar personagens, o dependente químico não consegue mantê-los por muito tempo, e sempre deixa mostrar quem realmente é. Por isso passa pela vida sempre mudando de amizades e grupos sociais, pois assim que vêem como são as pessoas se afastam. Namoradas, amigos, esposas, a vida do dependente químico é repleta de estórias conjugais, matrimoniais e de amizades que não deram certo ou sucumbiram.
5. Já em recuperação, as máscaras do dependente químico continuam. Seja ele “o bonzinho”, “o humilde”, “o tímido”, “o sedutor”, “o irritado”, etc. sempre o motivo é, defender ou esconder seu estilo de vida e seus defeitos. Fala de suas aventuras de ativa ou amorosas com orgulho, sem reconhecer que está na pior das situações. Monopoliza os grupos ou tentar angariar adeptos para as suas insanidades, também são formas de máscaras.
6. O perigo do uso contínuo de máscaras é que na negação da sua realidade e sentimentos, (dor, culpa, vergonha, medo, raiva, tristeza) acaba perdendo a habilidade e a disposição de lidar com estes sentimentos, causando endurecimento (a pessoa se torna insensível, endurecida).
7. Com o passar do tempo, aumenta a sensação de incompetência, pavor e pânico o que traz o uso de mais máscaras. Ver outros adictos se recuperando e ficar para traz gera um sentimento de angústia que só pode ser preenchido com drogas/álcool ou recuperação.
SUICÍDIO
Você sabia que cerca de 1 milhão de pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. Acada 3 segundos alguém atenta contra sua própria vida. A Cada 40 segundos alguém no mundo tira sua própria vida. O suicídio está entre as 10 principais causas de mortalidade do mundo.
No Brasil, cerca de 12 mil suicídios são registrados ao ano. O Brasil está no oitavo lugar no ranking mundial de mortes por suicídio
Cerca de 90% das tentativas de suicídio estão relacionadas a transtornos psiquiátricos, como: transtornos psicóticos (por exemplo: esquizofrenia), depressão, transtorno bipolar e transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas (dependência química).
As pessoas que abusam de álcool e outras substâncias tentam suicídio 6 vezes mais do que a população em geral.
O índice de suicídio entre os adictos é de 2 a 3 vezes maior do que entre os não adictos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Em média dois adolescentes tiram a vida por dia. Para cada suicídio de adolescentes estima-se que 25 são tentativas. As tentativas de suicídio é a principal causa de atendimento psiquiátricos entre adolescentes.
Segundo especialistas, diversos fatores como bullying e cyberbullying, abusos físico, emocional e/ou sexual, negligência, depressão, ansiedade, distúrbios alimentares e falta de apoio social podem contribuir para o aumento dos índices de suicídio.
Os dependentes químicos que iniciam tratamento merecem atenção especial, pois, em geral, estão se sentindo muito tristes e arrependidos, sofrendo as consequências da própria dependência, como o término de relacionamentos, demissão do emprego, problemas financeiros e de saúde, o que leva a culpa e a baixa autoestima.
O uso de substâncias psicoativas causa alterações cerebrais, que podem ser irreversíveis, desencadear psicopatologias e tentativa de suicídio na idade adulta jovem.
Em pessoas que fazem uso abusivo de álcool, maconha e cocaína, o risco de suicídio, ao longo da vida, é quase seis vezes maior do que o observado na população geral. O uso abusivo de álcool ou outras drogas aumenta a impulsividade e eleva o grau de letalidade das tentativas de suicídio. Pelo menos 20% das pessoas que tentaram suicídio fizeram uso de álcool nas seis horas que antecederam a tentativa e 10% da amostra têm dependência de substâncias. (DIEHL; LARANJEIRA, 2019; WIENER et al., 2018; DIAS; SILVA, 2019; ROGLIO; KESSLER, 2019).
“Ressalva que as informações concebidas neste site têm caráter informativo. Não substituem o acompanhamento de médicos e outros especialistas.”